A publicidade como todos os produtos que tem na TV seu meio está em uma encruzilhada. O que fazer para atingir o telespectador que cada vez menos assiste a comerciais, seja com o advento dos DVR, que permitem assistir a um programa sem os intervalos, seja com a internet que também os abole. Como fazer para que os programas de tv, cada vez com produções mais caras, consigam se pagar se cada vez menos pessoas veem os comerciais?
Pesquisas mostram que os espectadores assistem mais comerciais se o que estiverem assistindo for um programa de suspense do que um drama ou uma comédia. Já que se você perde uma pista por não querer assistir ao comercial pode prejudicar o entendimento do todo, mas como fazer quando o espectador tem o poder de simplesmente ter o produto sem essas pausas, como é o caso da internet e dos DVRs?
A melhor saída é integrar o produto ao programa. Em “24” todos os celulares são Nokia, em “Sex and the City” Carrie só usava Mac, mas isso não é tão fácil como parece, é só assistir qualquer novela para ver como é difícil vender um produtor e ao mesmo tempo fazer sentido na história, corre-se o risco de soar falso. A outra estratégia é fazer piada com o fato com foi feito com maestria em “Toma lá dá cá” com a Hellmans. Era claramente um comercial e mesmo assim se integrou à história daquela família, isso é possível na comédia, não nos demais gêneros.
![glee glee](https://amamosamobilia.wordpress.com/wp-content/uploads/2009/05/glee.jpg?w=450)
Um caso de sucesso comercial recente é a boa série “Glee” (leia mais). O exagero nas cores da história e dos personagens, transformando todos em estereótipos gritantes agrada um grupo de espectadores, não aos grandes grupos. Essa escolha poderia ter sido vista como um risco, um limitador de audiência, mas “Glee” tem um trunfo que nenhuma outra série tem: a música. Quando o piloto foi ao ar em maio as duas canções interpretadas entraram para as mais vendidas do iTunes. Como a cada episódio temos uma ou mais músicas com diferentes arranjos a série se tornou um sucesso comercial, mesmo que sua audiência não a leve a liderança.
“Glee” é só um exemplo das soluções que podem ser encontradas para transformar um programa em algo lucrativo por que cada vez menos o espectador fará pausa para os comerciais.